Entretenimento participativo: tendência ou realidade?
A hegemonia da TV no entretenimento audiovisual é histórica, mas parece estar ameaçada por um movimento que começou a cerca de 15 anos. O setor de passou por uma revolução tecnológica liderada pelos serviços de streaming que, em 2022, superaram a TV aberta e fechada nos EUA. Nas pesquisas de hábito de mídia realizadas pela Jumppi alguns segmentos também sinalizam que o streaming ultrapassou os canais de TV. Essa revolução responde aos anseios dos consumidores por entretenimento como uma mercadoria sob demanda. É a consolidação da tendência de customização. Da cultura de massa para a cultura de nichos! Do broadcasting, para o narrowcasting!
Os consumidores querem produtos que correspondam aos seus estilos de vida e interesses. Neste contexto, cabe aos mercados ofertarem um leque de produtos segmentados por gênero, classificação etária e outros critérios de segmentação para que os clientes tenham a liberdade de escolher o que querem.
O setor de entretenimento audiovisual é de grande relevância econômica e já chegou a ter lucro similar ao setor global de energia, principalmente por conta da TV a cabo. Atualmente, a transformação pela qual passa o setor acarreta numa assustadora diferenciação de receita entre os seus segmentos. O streaming lidera o mercado, mas lucra apenas 1/6 do que a TV paga lucrava em seu auge.
Os modelos de monetização das plataformas de streaming são variados e incipientes. Uma das estratégias que o setor encontrou para aumentar sua receita é a de oferecer planos mais baratos, mas com anúncios. Segundo relatório da Deloitte, devido à economia, 43% dos consumidores preferem planos com anúncios[1], desde que não comprometa a qualidade do conteúdo. Esse modelo permite que as plataformas alcancem uma base de consumidores mais ampla e se consolidem cada vez mais.
Mesmo assim, as plataformas ainda possuem poucos planos com anúncios. Este modelo é muito utilizado pelas redes sociais, que vêm se transformando em plataformas de entretenimento, com foco crescente no Conteúdo Gerado pelo Usuário (CGU). Ainda segundo a Deloitte, 39% dos consumidores são atraídos por CGU porque são gratuitos, 35% pois os interessam diretamente, 30% por conveniência e 28% porque sempre encontram algo novo para assistir. Nesse sentido, o TikTok se destaca por sua capacidade de viralização e engajamento com vídeos curtos[2].
Outro exemplo são os videogames, que estão redefinindo o consumo de entretenimento ao oferecer experiências imersivas e interativas que permitem a criação de conteúdo e interação social entre os jogadores. Do outro lado, o segmento de podcasts cresce significativamente, especialmente entre a Geração Z, que os utiliza para aprendizado interativo, consumo de conteúdo informativo e educativo[3]. A flexibilidade e portabilidade dos podcasts permitem que os usuários os consumam em qualquer lugar e a qualquer momento.
Essas tendências estão redefinindo a indústria do entretenimento de várias maneiras. A adaptação para modelos suportados por anúncios e a segmentação em diferentes níveis de serviços permitem que as plataformas de streaming alcancem públicos mais amplos e enfrentem desafios relacionados à lucratividade e retenção de assinantes. O que une todos os ramos do entretenimento, e tem dado a linha para seu crescimento, é a junção do serviço com a criação de comunidades, onde não há demarcação entre telespectador e criador. As redes sociais são pioneiras no desenvolvimento desse formato ativo de entretenimento e os videogamesrepresentam uma nova possibilidade de criar essas comunidades em mundos virtuais, cada vez mais imersivos.
Essas tendências demonstram a evolução contínua em direção à integração de tecnologias digitais, personalização de conteúdos e formatos interativos. Entender as dinâmicas do mercado e do comportamento do consumidor é o ponto inicial de uma trajetória de sucesso.
Sua empresa está conectada com seus clientes? Ela está conectada com o futuro? Dê um salto para o futuro com a Jumppi!
[1] Deloitte. Digital media trends 2023 | Deloitte Insights.
[2] YouTube. Relatório de Cultura e Tendências do YouTube: na velocidade das mudanças – YouTube Blog.
[3] Spotify. Culture Next 2023 | Spotify Ads.