Modelos, Métricas de Desempenho e CRO

KPI E O PARADOXO DA TOMADA DE DECISÃO NAS ORGANIZAÇÕES

Antes de entrarmos diretamente no tema (Modelos, Métricas de Desempenho e CRO), é importante contextualizar o momento vivido pelas organizações.

As organizações vivem a era da competição e da informação. São muitas as empresas que atendem a um mesmo mercado, seja com produtos concorrentes diretos ou substitutos. Uma infinidade de marcas e produtos estão à disposição dos consumidores. As barreiras geográficas se dissolveram e os mercados estão cada dia mais integrados. Apenas como exemplo, é comum encontrar produtos desenvolvidos na Alemanha, produzidos na China e comercializados no Brasil.

Apesar de toda esta integração, um fator persiste e não pode ser ignorado: A individualidade dos mercados. Os mercados são indissociáveis nos aspectos de desenvolvimento, produção, escoamento (logística), mas são individuais em suas características comerciais e competitivas.

Como exemplo, muitas companhias possuem uma atuação global, onde seus produtos são encontrados em quase todo território mundial, entretanto, em cada um dos mercados, os produtos são posicionados de uma forma diferente e competem de forma distinta com a oferta local.

Podemos citar o exemplo da Honda (montadora de veículos), onde seus carros são muito valorizados no Brasil, mas no mercado americano ou japonês seus carros são categorizados como marca popular.

1. A BUSCA POR VANTAGEM COMPETITIVA

A busca por vantagem competitiva, algo que diferencie as marcas, se tornou uma necessidade!

Michael Porter, em seu livro Vantagem Competitiva, desenvolveu o que é denominado “as estratégias genéricas de Porter”, onde as organizações definem a sua estratégica sempre considerando a seguinte fórmula:

V = B/C (Valor é igual a Benefício dividido pelos Custos)

De acordo com Porter, sempre que vão as compras, os consumidores fazem esta “conta” para determinar a escolha por um determinado produto, julgando a melhor compra para suas condições financeiras. Ao entender a percepção de valor para os consumidores, são definidas algumas alternativas para que as organizações atuem no mercado afim de obter vantagem competitiva e conquistar a preferência de escolha:

Ainda existe uma outra estratégia, discutida por outros autores:

“Em tempos turbulentos, uma organização deve manter-se ágil, forte e sem gordura, capaz de suportar esforços e tensões, e capaz também de se movimentar rapidamente para aproveitar as oportunidades.” (Drucker, 1980)

Seja qual for a sua escolha é importante levar em conta que a sua organização nunca estará sozinha e a Vantagem Competitiva só é mantida pelas organizações que tomam as decisões de forma rápida e com elevado grau de assertividade. O erro pode custar muito caro e quem realizar as melhores escolhas poderá obter grande vantagem competitiva. E é aí que a informação se associa ao processo de competição.

Em um cenário onde a competição é intensa, decisões precisam ser tomadas com agilidade a assertividade e que, naturalmente, dependem de informações de qualidade, seguras, contextualizadas e a tempo de se fazer as melhores escolhas.

A evolução da tecnologia beneficiou as organizações de várias formas e ainda causará muitas mudanças no futuro. Focando apenas na informação, já temos diversos fatores que causaram uma revolução nos negócios, algo sem precedentes na história moderna.

Nos últimos anos, tivemos drásticas mudanças que passam tanto pelo fluxo de informações, armazenamento de dados, capacidade de processamento e já podemos falar da inteligência artificial, que reúne todas estas funções sem a necessidade de nenhum click sequer.

Todas as soluções postas pela evolução da tecnologia da informação, permitiram as organizações acessarem novos e mais dados do que se imaginava a poucos anos. Permitiu as organizações um nível de “lucidez” (aqui faço uma breve ressalva, onde a lucidez somente é possível com qualidade e bom uso da informação), podendo explicar seus resultados e impactos gerados potencializado pela tecnologia e ciência de dados.

Nos próximos capítulos vamos entender melhor como esta evolução vem favorecendo as organizações e como construir um processo de inteligência competitiva e tomada de decisão por meio da informação.

2.   A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) COMO APOIO AO PROCESSO DECISÓRIO.

A revolução tecnologia, iniciada em meados do século XX, trouxe uma infinidade de possibilidades as organizações. Dentre elas, podemos destacar, a Tecnologia da Informação (TI), que permitiu as organizações reunir e analisar uma gama enorme de informações (BIG DATA) em um período curto.

Atualmente, uma enorme quantidade de informações é frequentemente coletada, armazenada e analisada por empresas e governos. Apenas para contextualizar, em qualquer interação digital, são reunidas uma massiva quantidade de informações dos usuários como: localização, tempo de conexão, conversão, hábitos de visita, etc. Imagine que todo segundo, minuto, hora, dia… de interação dos usuários é armazenada e nos permite compreender melhor os comportamentos, preferencias, hábitos, perfis e tantas outras informações úteis para o processo de marketing e estratégia das organizações. “Sem o Big Data você está cego e surdo no meio de uma autoestrada” (Marcousé Ian).

A  agilidade e facilidade proporcionada pela tecnologia permite que as organizações atuem de forma mais dinâmica, assertiva e reativa em um curto espaço de tempo. É possível pensar global e agir local. Esta capacidade de reagir de forma rápida e se adaptar ao momento é um dos principais elementos de vantagem competitiva que uma empresa pode adquirir em tempos de competição acirrada como vivemos hoje.

Apenas como contexto, em estudo recente[1], ficou muito claro que os consumidores atuais têm muitas opções de escolha, sejam de produtos e marcas, com relativa dificuldade em diferenciar a qualidade entre elas, os levando a ter mais uma opção de compra em quaisquer produtos/marcas que venham a comprar.

Neste cenário, a resposta do marketing precisa ser ágil, acompanhando as ações da concorrência e comportamento dos consumidores para que se possa estruturar ações que otimizem os resultados das organizações. Esta capacidade em responder rapidamente ao ambiente competitivo é o que proporciona as organizações grande vantagem competitiva sobre seus concorrentes.

Todo processo de Inteligência Competitiva nos Negócios, que permite as organizações um monitoramento regular e ágil das informações é construída em 03 pilares centrais:

Os Registros Internos, a Inteligência de Mercado e o Processo de Pesquisa de Mercado. A reunião deste conjunto de informações dá suporte ao processo de apoio a tomada de decisão das organizações:

  1. Registros Internos – São todos os dados gerados internamente pela organização, decorrentes de suas atividades. Dados de vendas (notas fiscais), produção, recursos humanos, contas a pagar e a receber (fluxo de caixa), por exemplo, são fontes internas. Com elas é possível mensurar resultados e projetar ações para definição de metas e prever resultados futuros.
  2. Inteligência de Mercado – São dados disponíveis no ambiente competitivo de mercado que permitam as organizações monitorar concorrentes, fatores econômicos, legais, aprimorar conhecimentos, etc.
  3. Pesquisa de mercado – Este é o meio utilizado para acessar dados primários, não disponíveis, de forma customizada e que respondam mais adequadamente aos problemas organizacionais.

O conjunto de informações da Inteligência Competitiva, permite que as organizações tomem decisões de forma mais ágil e assertiva.

Para se iniciar um projeto de Inteligência Competitiva deve-se seguir alguns passos básicos:

  1. Planejamento e direção.
    1. Saber o que se quer. O primeiro passo é ter clareza daquilo que se quer saber, definindo os temas centrais de interesse da organização.
    2. Aprender mais sobre o tema. Mapear um conjunto de informações sobre o tema em questão já disponíveis, como revistas, publicações, livros, outros estudos já realizados, etc.
  2. Pesquisa e coleta de informações:
    1. Buscar informações ou dados disponíveis. Efetuar um levantamento sobre as informações disponíveis a respeito de cada tema (dados internos e externos);
    2. Avaliar a qualidade da informação ou dados. Avaliar se as informações disponíveis são suficientes e qualificadas para responder ao que se quer saber;
    3. Verificar o acesso aos dados. Definir a estratégia de coleta das informações;
    4. Implementar a rotina. Implementar atividades meios ou formas de coletar e manter os registros atualizados;
  3. Analisar e contextualizar os dados. Realizar a leitura crítica dos dados de forma contextualizada ao ambiente interno ou de mercado.
  4. Disseminação e uso. Definição de quais informações serão disponibilizadas aos colaboradores e porque meio estarão disponíveis para consulta. É fundamental implementar rotina de uso, para que as informações não caiam no ostracismo.
  5. Gestão e avaliação. Rotineiramente as informações precisam ser revistas, a fim de readequá-las as necessidades da organização, bem como agregar novos dados ou formas de análise dos dados.

Henry Mintzberg propôs que a gerência pode ser dividida em três categorias: a gestão pela informação, pelas pessoas e pela ação. Muitos tem dificuldade em gerenciar pela informação, pois quase sempre não têm as habilidades para as redes sistêmicas e de comunicação sobre as quais as grandes empresas se desenvolvem.

Um dos grandes desafios da Inteligência Competitiva é assegurar que as informações disponibilizadas estão auxiliando corretamente os objetivos da estratégia organizacional e o alcançasse dos resultados. É papel do líder ter a disciplina e habilidade para utilizar e disseminar informações úteis, direcionando seus liderados e mantendo o foco para alcançar os resultados.

“Toda e qualquer informação só faz sentido se for compreendida.” (Fernando Giberti).

3.   O BALANCED SCORECARD E A GERAÇÃO DE KPIs (Indicadores Chave de Performance ou Desempenho)

Uma das maiores dificuldades dos colaboradores de uma empresa é interiorizar e aplicar as orientações estratégicas das organizações em seu dia a dia. Existem diversas metodologias para se estabelecer uma dinâmica de organização e disseminação de informações. O Balanced Scorecard é uma ferramenta (ou metodologia) que “traduz a missão e a visão das empresas em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que servem de base para um sistema de medição e gestão estratégica” (Norton e Kaplan, 1996).

A aplicação do Balanced Scorecard (BSC) permite estabelecer um sistema de gestão que traduz a estratégia de uma empresa em objetivos, medidas, metas e iniciativas de fácil entendimento pelos participantes da organização.

Lembre-se: De nada adianta uma massa de dados se não for possível, por meio dela, buscar entendimento e resposta aos questionamentos dos gestores de uma organização.

De acordo com a metodologia do BSC, são 4 dimensões ou perspectivas que melhor refletem os objetivos da organização:

Figura 1 – Dimensões do Balanced Scorecard

BSC - Balanced Score Card

BSC – Balanced Score Card

Fonte: HERRERO, Emilio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

Dica: O BSC é uma ferramenta de gestão aplicada, em seu processo de implementação deve estar muito claro os objetivos de cada dimensão, reunindo as informações fundamentais e envolvendo os colaboradores diretos na definição de metas e em iniciativas com objetivo de alcançar os resultados esperados. Perceba então, que o sucesso na aplicação do BSC é o desencadeamento de uma ação, de uma iniciativa que melhor oriente e direcione os gestores e colaboradores de uma determinada organização.

4.   AS MEDIDAS DE DESEMPENHO (INDICADORES OU KPIs) DERIVAM DA ESTRATÉGIA

Antes de entrarmos diretamente na temática deste capítulo é fundamental realizar um alinhamento.

Você sabe o que são KPIs? E para que servem?

Cada vez mais o processo decisório das organizações se pauta em informações que precisam estar disponíveis, de fácil entendimento e contextualizados com os objetivos/estratégias organizacionais. Os KPIs (Indicadores Chave de Desempenho), fornecem aos gestores um conjunto de informações de forma clara e ágil, auxiliando o acompanhamento de resultados e permitindo que os gestores tomem decisões em um curto espaço de tempo.

Entendemos ainda que as Medidas (ou Indicadores) nos permitem avaliar até que ponto as atividades e ações que deveriam estar sendo desenvolvidas na organização estão progredindo, sendo completadas, ou ainda merecendo o foco e a atenção dos colaboradores da organização. As medidas de desempenho, que levam em consideração o ambiente dos negócios, devem ser derivadas da estratégia de negócios e precisam estar encadeadas, entre si, nas perspectivas de valor.

Vamos a alguns exemplos de medidas para a Perspectiva de Valor:

Figura 2 – Medidas para a perspectiva de valor – Objetivos

Medidas para a perspectiva de valor - Objetivos

Medidas para a perspectiva de valor – Objetivos

Fonte: HERRERO, Emilio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

A definição das medidas gera norteamento, dão senso de direção a organização e devem transparecer aquilo que se busca, mas nenhuma medida é eficiente se não gerar ação e precisa ser acompanhada de metas claras, um objetivo a ser alcançado.

Metas é o que permite avaliar ao longo do tempo a evolução da empresa, da unidade de negócios, da área funcional ou do indivíduo em direção aos objetivos estratégicos definidos nas quatro perspectivas de valor. As metas podem ser retratadas por fórmulas (que mostram a relação entre as variáveis) ou apresentadas por meio de textos que retratem análises qualitativas, julgamentos, percepções ou insights dos colaboradores de uma organização.

Figura 3 – Medidas para a perspectiva de valor – Metas

Medidas para a perspectiva de valor - Metas

Medidas para a perspectiva de valor – Metas

Fonte: HERRERO, Emilio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

Lembre-se, uma meta não vale muit

o se não for acompanhada de ações que proporcionem medida contínua e promovam transformação. Para tanto deve-se estabelecer iniciativas.

As iniciativas são ações que uma empresa deve realizar, nas quatro dimensões do BSC, para alcançar os objetivos estratégicos. As iniciativas devem ser priorizadas em função de seu impacto de curto, médio e longo prazos na geração de valor e fortalecimento da posição competitiva da empresa.

Figura 4 – Medidas para a perspectiva de valor – Ações

Medidas para a perspectiva de valor - Ações

Medidas para a perspectiva de valor – Ações

Fonte: HERRERO, Emilio. Balanced Scorecard e a gestão estratégica: uma abordagem prática, Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.

“A andar se aprende andado, a nadar se aprende nadando, mas para melhorar a forma de gerir as empresas e as instituições não basta geri-las, é indispensável aprender a medir o desempenho da gestão.

O gestor que não é capaz de medir o seu desempenho também não é capaz de geri-lo e, desde logo, estará impedido de melhorar o seu desempenho.” (Jorge Caldeira, 2009).

5.   DEFININDO KPIs (INDICADORES CHAVE DE DESEMPENHO)

Existem diversas medidas ou indicadores que permitam implementar a gestão por desempenho, mas gerar bons indicadores não é suficiente se a cultura organizacional não se transformar para uso rotineiro das informações.

Para construir um bom indicador, é preciso estabelecer um roteiro (Roadmap), perguntas precisam ser respondidas. Você precisa selecionar cuidadosamente aquilo que é realmente importante ao seu negócio, mesmo que isto signifique descartar várias boas ideias. É preciso focar no que é fundamental.

Um bom meio para se avaliar a utilidade de um Indicador, é seguir os seis passos seguintes:

1º – Quem é o destinatário dos indicadores? Esta é a primeira e mais importante questão. Para sabermos o que vamos construir, precisamos saber para quem é. Do contrário, não saberemos a utilidade e que tipo de informação será necessária. O indicador pode ter mais de um destinatário: presidentes (CEOs), diretores, gerentes, conselhos de administração, chefes de departamento e colaboradores em geral.

2º – Que decisões precisa tomar? O segundo aspecto é perceber que tipo de decisões toma o destinatário. O tipo de decisões ajuda a identificar as áreas em que se situam os indicadores.

3º – Quais questões coloca de forma sistemática? Quais as perguntas que faz sistematicamente? Quais as matérias mais importantes? Quais as áreas da atividade que geram maiores preocupações? Qual a informação que os seus superiores lhe pedem constantemente? Exemplos de questões colocadas por um diretor financeiro: Quanto é que temos nas contas à ordem? Quando é que poderemos ter situações de ruptura de tesouraria? Quanto se espera receber durante a próxima semana? Que pagamentos urgentes temos de fazer esta semana?

4º – Quais os melhores indicadores para responder as questões? Estaremos mais perto de encontrar os Indicadores certos, quando soubermos as questões que precisam ser respondidas.

Quanto é que temos nas contas à ordem?
R: Indicador – Total dos saldos das contas à ordem.

Quando é que poderemos ter situações de ruptura de tesouraria?
R: Indicador – Meses com saldo inferior a 5.000 reais.

Quanto se espera receber durante a próxima semana?
R: Indicador – Valor de recebimentos previstos para a semana seguinte.

Que pagamentos urgentes temos fazer esta semana?
R: Indicador – Valor dos pagamentos prioritários

5º – Onde estão e qual a qualidade dos dados que irão alimentar os indicadores? Existem dados para alimentar os algoritmos dos Indicadores? Esses dados estão dentro ou fora da nossa organização? Os dados estão na posse da nossa unidade de negócio? Os dados são credíveis (tem credibilidade)? Com que frequência os dados são atualizados os dados? Estão no formato ideal para serem usados diretamente pelos algoritmos ou necessitam de tratamento? Quanto tempo demora a obter os dados? Quem é que produz os dados? Quem tem acesso aos dados?

6º – Como devo visualizar/comunicar os resultados dos Indicadores?

São várias as formas de entrega dos indicadores. O ideal é consolidar os indicadores em uma plataforma de BI – Business Intelligence (Inteligência de Negócios), com a criação de Dashboards, que facilitem a leitura e interação com os Indicadores. De acordo com o Gartner as plataformas de BI estão posicionadas da seguinte forma:

Figura 5 – Quadrante Mágico Gartner – Sistemas de Business Intelligence

Quadrante Mágico Gartner – Sistemas de Business Intelligence

Quadrante Mágico Gartner – Sistemas de Business Intelligence

Fonte: https://www.gartner.com

Apesar de muitas opções, ainda é possível gerar dashboards (painéis) em ferramentas como o próprio Excel, mas que naturalmente eleva o esforço para consolidação do acesso aos dados e atualização.

Outra alternativa gratuita é o Google Data Studio: https://datastudio.google.com

Em resumo, podemos identificar 15 características que tornam um Indicador em um bom instrumento de gestão:

  1. Pertinência dos indicadores para a gestão
  2. Credibilidade do resultado
  3. Esforço aceitável para o apuramento do resultado
  4. Simplicidade de interpretação
  5. Simplicidade do algoritmo de cálculo
  6. Fonte de dados dentro de “casa”
  7. Cálculo automático
  8. Possibilidade de auditar as fontes de dados com eficácia
  9. Alinhado com a frequência de monitorização
  10. Possibilidade de calcular em momentos extraordinários
  11. Protegido de efeitos externos
  12. Não gera efeitos perversos
  13. Possibilidade de benchmarking
  14. Atualizado
  15. Possibilidade de ter uma meta

6.   O QUE SÃO DASHBOARDS

“O Dashboard é construído para que os gestores possam ter acesso de forma sistemática à informação mais relevante sobre a performance organizacional da sua instituição, ou seja, a história da sua atividade. Toda a informação que está guardada nas bases de dados da nossa organização não serve grande propósito se não soubermos como a devemos apresentar aos respectivos decisores da instituição. No essencial, por detrás desta informação está uma história que importa ser contada.” (Jorge Caldeira, 2010).

Figura 6 – Dashboard Executivo

Dashboard Executivo

Dashboard Executivo

Fonte: http://monitorizaraperformance.blogspot.com

7.   O CÁLCULO DE ROI (RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO)

É importante destacar que os tomadores de decisão estão sempre preocupados com os resultados, mas um pouco além disto, mais preocupados com o retorno gerado pelas suas ações e investimentos.

O ROI ou Retorno sobre O Investimento, é uma forma simples de gerar uma métrica para acompanhamento de desempenho. Na construção de Dashboards é importante gerar relação entre variáveis, que permitam simplificar o acompanhamento e tomada de decisões, além de permitir planejar investimento futuros com definições de metas.

Analisando de forma mais direta, calcular o ROI é necessário porque com ele é possível:

Então como se calcula o ROI?

O cálculo do ROI é bem simples. Inicialmente subtrai-se o ganho obtido com o investimento pelo próprio valor investido, e, em seguida, divide-se esse resultado por esse mesmo valor de investimento. Com isso, a fórmula fica da seguinte maneira:

É fundamental que o ROI meça aquilo que tem fundamental importância, por exemplo, para um investimento em mídias sociais, o mais importante é monitorar o retorno sobre as taxas de conversão e não, por exemplo, sobre a taxa de views no site da organização.

Existem diversas aplicações do cálculo de ROI, como podemos ver nos exemplos a seguir:

Investimento em Negócios

Para o caso de uma padaria, por exemplo, onde o investimento inicial mais os aportes de capital durante 5 anos somam R$100.000, e a soma do seu faturamento durante esse mesmo período é de R$ 215.000, o ROI é calculado por:

ROI = (215-100) / 100 = 21,5%

Logo, o valor de 21,5% de deve ser descrito como o “ROI de 5 anos” para o investimento em uma padaria. É necessário designar o período de investimento neste caso, porque também é possível calcular o ROI para outros períodos de investimento, como, por exemplo, o ROI de 3 anos.

Campanha de Marketing

Imaginem que uma empresa do ramo de alimentos tem uma receita média de R$ 1.000.000,00 ao mês, mas a diretoria resolve aumentar os investimentos de marketing em 20%, passando de R$ 200.000,000 mensais para R$ 240.000,00, direcionando os R$ 40.000,00 adicionais apenas para campanha em Busdoor. Após 03 meses de campanha a Diretoria resolve medir os resultados:

Faturamento Mês 1: R$ 1.010.000,00

Faturamento Mês 2: R$ 1.120.000,00

Faturamento Mês 3: R$ 1.125.000,00

O faturamento médio adicional ao período foi de R$ 85.000,00.

Com estes dados é possível gerar diferentes cálculos de ROI.

1. ROI de marketing campanha Busdoor

ROI = 85.000 – 40.000 / 40.000 = 113%

2. ROI de marketing campanha tradicional

ROI = 1.000.000 – 200.000 / 200.000 = 400%

3. ROI de marketing campanha tradicional + Busdoor

ROI = 1.085.000 – 240.000 / 240.000,00 = 352%

Sabendo que a margem de lucro é de 30% sobre a operação, qual o resultado de ROI sobre a lucratividade

4. ROI de lucratividade marketing campanha Busdoor

ROI = 25.500 – 40.000 / 40.000 = -36%

5. ROI de lucratividade marketing campanha tradicional

ROI = 300.000,00 – 200.000,00 / 200.000,00 = 50%

6. ROI de lucratividade de marketing campanha tradicional + Busdoor

ROI = 325.5000 – 240.000 / 240.000,00 = 35,6%

Aqui temos um exemplo clássico de como as informações e indicadores precisam estar contextualizados para uma tomada de decisão. No exemplo acima, fica claro que a campanha de Busdoor trouxe uma elevação no faturamento, entretanto, tal crescimento, não traz um retorno de lucratividade satisfatório, demonstrando que este veículo de comunicação precisaria ter um desempenho bem superior para justificar o seu investimento.

 8.   CRO – CONVERSION RATE OPTIMIZATION (OTIMIZAÇÃO DA TAXA DE CONVERSÃO)

Como já contextualizado um indicador deve mensurar os resultados, mas promover uma ação. O CRO é uma metodologia focada na taxa de conversão e que, por meio dela, as empresas promovem ações para obtenção de melhores resultados.

Esta metodologia pode ser aplicada de diversas formas para obtenção de resultados, como por exemplo: melhorar a performance de um site, aumentar a taxa de conversão, número de visitantes que realizam uma ação desejada (como efetivar uma compra, preencher um formulário, se inscrever em uma lista de e-mail).

Para gerar métricas e indicadores por meio do CRO, devem ser seguidos alguns passos exemplificados abaixo:

  1. Análise e definição de objetivos: Identificar de forma clara os objetivos da organização, como aumentar a taxa de conversão, o engajamento dos clientes no site, ou a venda de um produto específico. Na sequência devem ser identificadas as métricas atuais relacionadas ao objetivo traçado.
  2. Coletar e interpretar os dados: O segundo passo é buscar entender quais dados estão disponíveis e quais são mais eficientes para responder ao objetivo. Os dados devem ser interpretados de forma que gerem oportunidades para alcançar os resultados. Vamos tomar como exemplo que ao coletar os dados, percebeu-se uma redução na taxa de permanência no site da empresa.
  3. Hipóteses ou testes: A validação de hipóteses e testes, como por exemplo o A/B, são etapas importantes para se escolher o melhor modelo ou ter certeza se a hipótese é ou não válida. Esta etapa visa trazer maior segurança a todo processo. Por hipótese pode se ter avaliado que a última atualização do site foi realizada a muito tempo, estando distante nos novos padrões e estrutura dos sites atuais.
  4. Implementação de melhorias e testes: Na fase de implantação são testados diferentes modelos, como por exemplo, o marketing pode subir e testar duas Land Page levando 50% do tráfego a cada uma e testando qual apresenta melhor performance.
  5. Análise dos resultados: Aplicados os testes é hora de mensurar os resultados e tomar as decisões. Os resultados precisam ser equiparados com os resultados anteriores e entre os testes realizados.
  6. Interação e Otimização Contínua: Ao final todo processo deve ser revisitado, não deixando o processo de gestão acomodado e buscando evolução contínua. O princípio da otimização contínua fundamental para dar medida contínua aos indicadores gerados.

Dica: Uma das formas de agregar valor a geração de hipóteses é realizar interação com os usuários e clientes, mapeando a sua jornada e identificando eventuais problemas em cada etapa de interação.

Figura 7 – Modelo de Jornada de Cliente com Mapeamento de Indicadores

Modelo de Jornada de Cliente com Mapeamento de Indicadores

Modelo de Jornada de Cliente com Mapeamento de Indicadores

9.   MÉTRICAS DE GESTÃO DE MARKETING

Em cada área de negócio existirão um conjunto de métricas a serem monitoradas para gestão da área e do próprio negócio como um todo. Neste capítulo apresentaremos algumas das métricas comuns aos negócios. Lembrando que os exemplos abaixo não contemplam todas as necessidades de uma organização e que precisam ser contextualizadas e adaptadas a dinâmica de cada negócio.

MÉTRICAS MARKETING DIGITAL

Dentre todos os canais, o ambiente digital é que fornece mais informações e em tempo real do que está acontecendo, servindo como uma importante ferramenta para gestão dos negócios e tomada de decisão.

Outra característica relevante do ambiente digital é a possibilidade de realizar testes de conceito, comunicação, oferta e outros que permitem aos gestores ajustar as estratégias enquanto o jogo é jogado.

Importante ressaltar que toda e qualquer métrica deve estar ajustada aos objetivos da organização, ter metas claras e desencadear ações que proporcionem melhores resultados. É retórico falar sobre isto novamente, mas é o que dá sentido a todo esforço de coleta, organização, processamento e uso da informação.

Bem… vamos então a algumas métricas relevantes e como estão contextualizadas na estratégia de marketing digital:

SEO (Ranqueamento por palavras-chave) e Anúncios Digitais:

“Quem não aparece não é visto!” (autor desconhecido).  O Google é, até então (ainda veremos o impacto das ferramentas de Inteligência Artificial), a grande fonte de consulta sobre praticamente tudo o que buscamos na internet. Estar bem ranqueado no Google potencializa as suas chances de ser encontrado, fixar a marca, gerar leads e conversão de venda.

Para estar bem ranqueado no Google as empresas precisam estar atentas a vários detalhes e indicadores sobre o seu site e comunicação. Mas você sabe quais são os mais relevantes?

Ou investir em anúncios digitais em suas plataformas, sendo as principais:

Os profissionais de marketing ainda precisam se manter sempre atualizados em quais plataformas o seu consumidor está mais presente e tem maiores taxas de engajamento, direcionando melhor seus investimentos em publicidade digital. Dentre as principais plataformas ainda temos o Meta e com as seguintes possibilidades:

Podemos ainda citar outras plataformas ou mecanismos de anúncio, como Tik Tok, LinkedIn, Plataformas de Market Place, X (antigo Twitter), etc. Mas focaremos daqui em diante nas métricas.

Lembre-se toda ação ou atividade de marketing requer uma forma de metrificação, uma medida de desempenho que auxilia os gestores saber o que está acontecendo (resultados obtidos) e tomar decisões de forma ágil para obtenção de melhores resultados.

No Marketing Digital existem então diversas métricas que precisam estar alinhadas ao objetivo estabelecido da organização. Abaixo veremos algumas das principais métricas e a qual objetivo está atrelada:

MÉTRICAS DE MARKETING

Além do Marketing Digital, existem diversos outros indicadores fundamentais para a gestão do marketing como um todo. Diferente do ambiente digital, as métricas do marketing tradicional, se podemos chamar desta forma, exigem um nível de esforço maior para reunir dados, estruturar e calcular os indicadores. Muitos destes indicadores de pendem de bases de dados públicas, informações de registros internos nas empresas, aquisição de dados e pesquisa de mercado.

Algumas das principais métricas para o marketing tradicional são:

MÉTRICAS PARA STARTUPS

Uma startup é uma empresa em fase de desenvolvimento, não lucrativa e dependente de investimentos para sua existência. Pensando desta forma, entendemos que existe grande necessidade de medir o desempenho, a performance do negócio, assim como a necessidade da startup provar o seu “valor”, para assegurar melhores investimentos pra sua concretização e aceleramento.

Nesta lógica existem um conjunto de indicadores fundamentais para qualquer startup, sendo:

MÉTRICAS COMERCIAIS

No comercial os principais indicadores estão ligados a performance de vendas e são fundamentais dentro de todo planejamento financeiro de uma organização. Uma oscilação nos resultados comerciais pode indicar oportunidades para o crescimento ou consolidação de um negócio, ou pode representar um grande problema, se o comercial não estiver performando como o planejado.

Existem diversos indicadores a serem analisados, como:

Entendemos que o conhecimento sobre a geração de indicadores chave de desempenho é essencial para qualquer organização que queria tomar suas decisões pautadas em informação.

A Jumppi é uma empresa especialista em pesquisa de mercado e inteligência de mercado. Em todos os seus projetos os dados de pesquisa são enriquecidos com dados de mercado, proporcionando as organizações acesso a informações estratégicas e que aprimorem a base de conhecimento nas organizações.

Aqui temos um quadro de especialistas com um sólido conhecimento e dispostos a auxiliar em qualquer desafio com base em dados, pesquisa e informações. Converse com um de nossos profissionais e entenda melhor como podemos ajudar.

A importância dos indicadores de desempenho e pesquisa de mercado

INTRODUÇÃO

A  importância dos indicadores de desempenho e pesquisa de mercado para as organizações. Atualmente é impensável que as organizações tomem decisões que não estão pautadas em informação e pesquisa.

Neste texto vamos responder a esta pergunta contextualizando todo o processo de inteligência de mercado e como os indicadores de desempenho e pesquisa de mercado podem auxiliar na construção de uma gestão mais eficiente, assertiva e estratégica.

Primeiro vamos entender o contexto atual: As organizações vivem a era da competição e da informação. No processo de competição entendemos que existe relativa saturação de mercado, ou seja, um número elevado de empresas ofertando produtos e serviços que atendem os desejos e necessidades dos consumidores em um único mercado, mais integrado e suscetível a influência mundial.

Estamos competindo não somente por um “pedaço” dos recursos financeiros dos consumidores, competimos por um espaço em sua lembrança, pelo seu interesse e motivação positiva para aquisição dos nossos produtos e/ou serviços.

Na perspectiva da informação, a tecnologia disponível para as organizações, permite que as empresas possam acessar, reunir e processar uma massa enorme de dados. Não há limite sobre a quantidade de dados que uma empresa possa utilizar para entender melhor o seu mercado, seus concorrentes e seus consumidores.

No ambiente digital, podemos dizer que a vida dos consumidores é um livro aberto, podemos saber com detalhes quem são, o que gostam de fazer, seus hábitos, preferências, com quem se relacionam, o que querem, o que compram, onde compram e muito mais.

De um lado temos uma competição intensa pela lembrança, preferência e motivação de compra dos consumidores e de outra uma massa enorme de informações que permitem saber quem são, como se comportam, o que os influencia e como tomam suas decisões.

As empresas que conseguem reverter as informações disponíveis em estratégias e ações assertivas, são aquelas que elevam seu patamar competitivo e potencializam suas chances de obter resultados mais positivos.

Nos próximos capítulos vamos entender melhor como os indicadores de desempenho e a pesquisa de mercado podem auxiliar na construção do processo inteligência de mercado em uma organização.

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